O projeto tem como conceito uma “habitação extrovertida”, no sentido em que, quando possível, comunica com o vale da Terrugem, criando uma continuidade visual que nos conduz sobre o mesmo. Ao mesmo tempo, a comunicação com os seus pátios procura transmitir o mesmo, assumindo o jardim e o seu exterior como uma “tela”, em toda a atividade da habitação.
Pretende-se deste modo suavizar as fronteiras entre o interior e o exterior envolvente, aproveitando a luz natural, enquanto matéria-prima da Arquitetura e reveladora da plasticidade escultórica dos espaços interiores, funcionando como um elemento unificador.
O objeto surge como uma “caixa”, esculpida e modelada de forma a criar a sucessão de espaços que se projeta, desde a sua entrada às zonas de permanência e descanso.
A organização dos espaços resulta da concentração das atividades de caracter privado, libertando ao máximo os espaços que se destinam mais às atividades de caracter social.
A comunicação visual entre os diversos espaços da casa, fomenta a interação entre os utilizadores, sendo estes percecionados como um somatório unificado.
O edifício, de habitação unifamiliar, é composto por 1 fogo, de tipologia T5 de 3 pisos. Este organiza-se de forma clara, permitindo uma transição suave exterior/interior. O interior divide-se em 3 zonas distintas, a zona de entrada e área técnica, o espaço social cozinha/sala e a zona de caracter privada dos quartos e instalações sanitárias. O edifício e a sua disposição privilegiam a exposição solar em todos os espaços. As cores claras e o recurso a elementos em vidro permitem a permeabilidade da luz e o seu direcionamento e controlo.