Após a primeira visita ao local percebemos que os vários fogos possuíam uma boa insolação decorrente da localização dos vãos e da sua implantação face à trajetória do solar. Decorrente desta observação pretendemos potencializar esse fator e transpô-lo para todo o fogo.
A solução idealizada responde às futuras necessidades funcional e espaciais por parte do utilizador ao dividir o espaço consoante o seu modo/horário de utilização.

Deste modo concentramos as zonas de utilização diurna (cozinha e sala) na zona de entrada e as zonas de utilização noturna (quartos) na zona oposta. Entre estes dois espaços situa a área complementar/apoio as duas zonas (instalação sanitária).

Tendo em conta de se tratar de uma reabilitação/remodelação de um fogo e estamos restringidos aos seus limites atuais, propusemos uma organização/distribuição espacial e funcional que possibilitasse albergar as várias atividades da vida quotidiana, oferecendo desta maneira espaços amplos e comunicativos nas denominadas zonas de socialização, bem como nos espaços mais íntimos, como são os quartos. Para dividir esse espaço foi criado uma espécie de separador, uma zona de transição entre as duas zonas destintas, acomodando desta forma a propagação do som pelo fogo.
A luz natural foi utilizada como matéria-prima da arquitetura na transformação da atmosfera, através propagação da luz no espaço, transmitimos ao utilizador uma sensação de um espaço mais amplo e cómodo.
Relativamente à sala e quartos foram idealizados de forma a não condicionar a acomodação/apropriação por parte do seu utilizador, possibilitando várias disposições do mobiliário. Bem como a alteração do seu uso e tipo de quarto (casal para solteiro) ou espaço (escritório).